Assim como nos contos de fada

O que mais me magoa nessa droga de amor é ver você sofrer. Eu já não aguento mais escutar o seu choro delicado me dizendo que não o ama. Eu sei que você o ama, eu também já amei, mesmo sem saber o que significa isso. E quando eu escrevo, eu me inspiro em você, eu me inspiro nela e nele também porque vocês acabaram construindo a minha história e agora eu tento reproduzir a de vocês, a nossa. Eu não queria mais fazer parte desse livro sem fim no qual eu sou irmão gêmeo da gata borralheira, e por mais incrível que pareça, ela tem o mesmo nome que o seu. Coincidência? Não, obra daquilo que chamamos de destino. Ou seria obra nossa? Não sei, eu só queria que alguém jogasse uma enorme trança para nós tirar do fundinho desse poço. Depois iríamos perguntar para o espelho encantado quem era mais bonito, o amor que a gente sente ou o amor que a gente tem para oferecer. Ele com a maior sutileza do mundo responderia que os dois são como pequenos anões, sempre estão trabalhando nessa mina profunda que é a nossa alma, mas o mais bonito dos príncipes e talvez uma linda princesa também, viriam para nós dar um beijo profundo que arrancaria com garras afiadas todo o veneno da maçã enfeitiçada que acabamos comendo. Depois de sermos acordados de um sono profundo, tentaríamos fugir da torre que reina no nosso inconsciente e iríamos nos deparar com a linda Psiquê, uma linda mortal que conseguiu a peripécia de fazer com que Eros, o deus do amor, se apaixonasse por ela. Mas nossos glóbulos brancos seriam mais fortes e mandariam flechas destruir esse sentimento assim como Afrodite fez. Oh deusa da beleza e do amor, nem você se conforma com esse sentimento, quem dirá nós, simples mortais que caminhamos incansavelmente pela busca da verdade. Verdade a qual as pessoas pensam que já vem pronta, mastigadinha. Mentira, mentira. A verdade talvez nem exista, mas enquanto os livros de filosofia não provarem o contrario, eu quero acreditar na emunah porque assim como ela eu quero aspirar o significado de confiança. Não uma simples confiança, uma confiança que você olha e diz: Nossa, que confiança. Venha, me dê a sua mão, vamos terminar de construir o nosso final feliz juntos. Eu, você, a alma, o corpo, a princesa e o príncipe, o amor, a ferida, a cura, a verdade e tudo aquilo que nessa longa caminhada, que não é nada comparada a caminhada sem fim dos felizes para sempre, acabará nos levando ao fim, e quando chegarmos lá vamos perceber que não é o fim, e sim o começo de mais uma longa caminhada, caminhada que nos irá direcionar para o felizes para sempre. É o que eu espero.